Plataforma Dhesca realizará missão sobre violência policial nas favelas do Rio

A Plataforma de Direitos Humanos Dhesca Brasil realizará entre os dias 6 a 8 do mês de Agosto uma missão especial no Rio de Janeiro sobre o aumento da violência policial nas favelas. A proposta da Plataforma – que é uma articulação nacional de redes e organizações de direitos humanos, entre elas a Justiça Global – é traçar um diagnóstico sobre a crescente militarização desses espaços da cidade, abordando temas como os assassinatos de moradores e de jovens decorrentes da violência policial , a ocupação das casas dos moradores pelos policiais, a imobilidade decorrente dos tiroteios e da militarização do território, as doenças psicológicas e psicossomáticas que são provocadas pelo incremento da violência policial,  as operações policiais no horário escolar e a interrupção das aulas nas escolas, a criminalização, condenação e encarceramento de jovens, negros e pobres.

A missão no Rio de Janeiro acontecerá nas primeiras semana de agosto, sob a coordenação de Orlando Santos Junior, ex-relator para o Direito à Cidade da Plataforma Dhesca e Professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional – IPPUR/UFRJ, e conta com o apoio de vários grupos, coletivos e organizações. A programação completa será divulgada em breve.

A missão faz parte da agenda da Relatoria Especial da Plataforma sobre os impactos da política econômica de austeridade na violação dos Direitos Humanos no país. Serão realizadas, ao todo, cinco missões, com o objetivo de produzir um documento que evidencie as consequências do choque recessivo que redundou na maior crise da história brasileira sobre as condições de vida da população – considerando, em especial, as desigualdades referentes a gênero, raça, no campo e na cidade, geracionais e entre regiões do Brasil.

As cinco missões ocorrerão em diferentes regiões do país, com o objetivo de diagnosticar, relatar e recomendar soluções para violações apontadas pela sociedade civil em relação às políticas econômicas e ao desmonte do Estado. Além do Rio de Janeiro, estão previstas também missões em Goiás, onde serão analisados os impactos sobre as políticas para o campo; em Pernambuco, enfocando as consequências da tríplice epidemia,  das arboviroses zika, dengue e chikungunya, em especial sobre a vida das mulheres; em São Paulo (SP) e no Paraná (PR),  nas quais o aumento do desemprego e a diminuição da moradia serão objeto das missões; e nos estados do Pará e do Maranhão, tratando sobre os efeitos do enfraquecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai) e das políticas indigenistas sobre os povos indígenas.

 

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