A Marcha das Mulheres Negras Por Reparação e Bem Viver, que ocupará Brasília em sua segunda edição nacional neste dia 25 de novembro, é parte de uma longa trajetória de luta das mulheres negras por justiça, reparação e bem viver, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Essa história passa pelo movimento de mulheres negras das décadas de 1970 e 1980 e também por marcos globais que recolocaram o combate ao racismo e ao sexismo no centro da agenda de direitos humanos.
Dez anos depois da primeira Marcha Nacional das Mulheres Negras em Brasília, em 2015, que reuniu dezenas de milhares de mulheres e deixou de legado para o país a Carta das Mulheres Negras como síntese de um projeto político de justiça social, ambiental e racial, a 2ª Marcha Nacional volta à capital com o lema “Por Reparação e Bem Viver”. Esta nova marcha marca um do momento central na defesa da vida das mulheres negras e do povo negro, recolocando no centro do debate nacional a reparação histórica e a construção coletiva do bem viver.
Para a Justiça Global, é uma honra marchar em afirmação e compromisso político à história de luta das mulheres negras. É esse movimento que tensiona nossas práticas, amplia nossa leitura, conecta as lutas locais e globais, e garante que a defesa dos direitos humanos seja, de fato, antirracista, comprometida com a igualdade de gênero e contra qualquer forma de discriminação.
Ao celebrarmos a Marcha, nos somamos à sua potência política e reafirmamos nosso compromisso com as agendas que ela expressa: enfrentamento ao racismo e ao sexismo, combate à violência de Estado, defesa dos territórios e dos bens comuns, reparação das dívidas históricas com o povo negro e construção de um horizonte de bem viver. Seguiremos lado a lado com o movimento, fortalecendo redes, denunciando violações e disputando projetos de sociedade em que a vida das mulheres negras, em toda a sua diversidade, seja inegociável.