Organização Mundial Contra a Tortura e FIDH se manifestam sobre morte de Marielle Franco

Entidades se manifestaram a pedido da Justiça Global  

Reprodução internet
Manifestação nas ruas do Rio pela morte de Marielle Franco

Em apelo urgente enviado hoje ao governo brasileiro, o Observatório para a Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos, formado pela Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT) e a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), solicita que sejam tomadas medidas para a investigação dos responsáveis pela morte da vereadora e defensora de Direitos Humanos Marielle Franco, assim como para que haja uma efetiva atuação para cessar com as constantes mortes de defensoras e defensores no país. A manifestação partiu de um pedido da Justiça Global junto às entidades, que escreveram diretamente para o presidente Michel Temer e os ministros da Justiça, Torquato Jardim, e da Segurança Pública, Raul Jungmann.

No documento, o Observatório ressalta a militância de Marielle e sua possível relação com a execução. “No seu trabalho, a Sra. Franco falou contra a brutalidade da polícia, bem como em apoio às vítimas de tiroteios nas favelas. Em fevereiro de 2018, ela foi escolhida para ser a relatora da comissão que supervisiona a implantação da intervenção das forças de segurança federais no Rio”, acrescentando:” O Observatório acredita que a Sra. Franco foi alvo como resultado de seu contínuo trabalho contra a violência policial. Especificamente, em 10 de março de 2018, denunciou as táticas brutais dos policiais em favelas controladas por facções”.

Para a pesquisadora da Justiça Global Alice De Marchi, a pressão internacional sobre o governo federal não é apenas uma forma de buscar os autores diretos do crime, mas também de deixar clara a ligação entre essa execução e a atual política de segurança pública. “Temos que entender que estamos em um contexto no qual o Estado avança com a repressão e retrocede na garantia de direitos. É um cenário no qual grupos se sentem autorizados a matarem uma defensora de direitos humanos em um cargo público por ela ser uma voz contrária a essa política”, afirma a pesquisadora.

Veja abaixo a nota completa do Observatório da OMCT e da FIDH

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