Justiça Global reúne organizações latino-americanas com experiência em realocação temporária de defensoras e defensores de direitos humanos no Rio de Janeiro

FOTO ENCONTRO REALOCAÇÃO TEMPORÁRIA

A Justiça Global organizou entre 28 e 30 de outubro o encontro “Saberes, experiências e ferramentas para o trabalho em espaços de realocação de pessoas defensoras de direitos humanos na América Latina”. O evento foi fruto de uma parceria com a Fundación Acceso, além do apoio da Protect Defenders.

Entre os dias 28 e 30 de outubro, a Justiça Global, realizou o encontro “Saberes, experiências e ferramentas para o trabalho em espaços de realocação de pessoas defensoras de direitos humanos na América Latina”. A iniciativa, organizada em parceria com a Fundación Acceso e apoiada pela ProtectDefenders.eu, reuniu organizações de vários países do continente para discutir caminhos comuns na proteção de pessoas defensoras sob risco, ameaça e estresse extremo .

A América Latina é a região mais perigosa do mundo para pessoas defensoras de direitos humanos. Nesse contexto, torna-se fundamental ampliar, no próprio continente, espaços de acolhimento temporário capazes de garantir a segurança, o cuidado e a recomposição emocional das defensoras e defensores. A partir desse cenário, o encontro foi concebido para  promover  trocas de experiências, compartilhar aprendizados e discutir os desafios comuns dos programas de realocação temporária da América Latina. A ideia é que os espaços se tornem mais eficazes, inclusivos e sustentáveis. 

Para Daniele Duarte, diretora-adjunta da Justiça Global, há uma urgência em espaços de realocação dentro do Brasil:

“O contexto latino-americano segue marcado por altos níveis de violência contra pessoas defensoras de direitos humanos, enquanto os espaços de acolhimento e realocação na região ainda são escassos. Foi diante desse cenário que, em 2022, a Justiça Global criou o Centro de Proteção Integral (CEPI), um espaço de acolhimento e realocação temporária na América Latina. O CEPI tornou-se essencial para fortalecer estratégias de proteção integral e garantir condições de segurança, cuidado e descanso para defensoras e defensores de direitos humanos em situação de risco.” afirmou.

Já para Ignácio Gómez, da Fundación Acceso, é essencial fortalecer as realocações no continente:“A realocação temporária na América Latina é fundamental para reduzir os impactos que esse movimento traz. Estar realocado no mesmo continente, com vínculos culturais semelhantes e entre pessoas que enfrentam os mesmos desafios, é fundamental. E também é essencial o fortalecimento mútuo entre as organizações que enfrentam esses desafios em comum”, disse.

Javier Roura Blanco, da Protect Defenders, lembrou a necessidade de respostas rápidas em situações emergenciais para tratar da importância desses espaços:

“É importante criar espaços de realocação temporária na América Latina se dá sobretudo por precisarmos de respostas ao contexto (da proteção de defensoras/es no continente). São necessárias soluções que permitam respostas rápidas, flexíveis, emergenciais, sem abandonar a continuidade dos trabalhos ,se a pessoa defensora assim quiser, ou a conexão com a comunidade”.

O encontro foi um marco na articulação regional em torno da proteção integral de defensoras e defensores de direitos humanos. Estiveram presentes 18 representantes de organizações da América Latina e 4 da Europa, onde  a necessidade de redes solidárias, interconectadas e enraizadas na realidade latino-americana.

Saiba mais sobre o Cepi

O Cepi é um projeto da Justiça Global que oferece realocação temporária para defensores/as de direitos humanos que atuam na América Latina e estão em situação de risco de vida, emergência ou estresse extremo devido ao seu trabalho político. Seu objetivo é proporcionar um espaço seguro e confortável para que essas pessoas possam se proteger, se recuperar, planejar seus próximos passos e continuar a atuar.

 

Por que o Cepi é importante?

Defensoras e defensores de direitos humanos são alvos frequentes de perseguição, ameaças e violência por lutarem por justiça social, ambiental e democrática. Criar redes de proteção reais e eficazes é essencial para garantir que essas vozes continuem ecoando — e resistindo. A própria Declaração das Nações Unidas sobre Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, de 1998, reforça que a promoção e a proteção dos direitos humanos são responsabilidades compartilhadas entre indivíduos, comunidades, organizações e o Estado.

Você pode saber mais sobre o projeto clicando aqui.

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