Movimentos lançam oficialmente neste sábado (11) a Cúpula dos Povos em contraponto ao G-20

O evento ocorre em novembro no Rio de Janeiro, em paralelo à programação oficial da Cúpula de Líderes do G-20.

Enquanto líderes de governos dos países com as economias mais fortes do mundo se reúnem no encontro do G20, dezenas de movimentos populares, organizações da sociedade civil, sindicatos e centrais sindicais do Brasil organizam em encontro paralelo autônomo, popular e crítico à abordagem do evento. 

A iniciativa será lançada oficialmente neste 14 de setembro (sábado), a partir das 15h, na cidade do Rio de Janeiro–RJ, com concentração na saída do metrô São Conrado e caminhada até o local do evento, na Via Ápia, na Rocinha. A Justiça Global estará presente. 

A Cúpula dos Povos Frente ao G20 ocorrerá entre 16 a 18 de novembro, enquanto a Cúpula e Líderes do G20 será entre 18 e 19 de novembro, ambos na capital fluminense. No dia 18 de novembro, as organizações e movimentos sociais irão para as ruas em mobilização pelas reivindicações em prol dos povos no debate mundial. 

A convocatória nacional e internacional à cúpula frente ao G20 foi lançada no último dia 19 de junho. Da mesma forma que na Cúpula dos Povos da Rio+20, em 2012, o coletivo de entidades que articulam a mobilização neste 2024 procura disputar a agenda e promover um debate crítico à Cúpula do G20, buscando a construção de alternativas frente aos desafios da conjuntura. 

Além de apontar as contradições do G20 e sua parcela de responsabilidade na produção de desigualdade social e econômica no planeta, também são bandeiras das organizações e dos movimentos populares temas como a urgência de novas abordagens à questão ambiental; a luta antirracista; e a solidariedade internacional, como no povo palestino e a situação na Faixa de Gaza.

O processo organizativo vem sendo construído coletivamente desde o início do ano, com a realização de reuniões, seminários e plenárias, presenciais e virtualmente, no nível local, estadual e nacional. A próxima plenária organizativa nacional é nos dias 13 e 14 de setembro, no Sinpro-RJ, à Rua Pedro Lessa nº 35, no centro do Rio de Janeiro. 

A rede Jubileu Sul Brasil tem organizado uma série de boletim sobre o evento internacional. “Os novos temas incorporados a reboque pelo G20 – como emprego, racismo, epidemias, desigualdade, superação da fome, clima, meio ambiente ou energia – só demonstram que as esferas de governança capitalista global requerem monitoramento constante dos efeitos destrutivos das próprias práticas e políticas vigentes no sistema financeiro internacional: para eles, é preciso precificar até a destruição, pois ela também dá lucro”, escreve organização na 1ª edição.

“É no Grupo dos 20 onde os que concentram riqueza e renda definem medidas que aumentam as privatizações, a exploração de recursos naturais e diminuem o papel do Estado, de provedor de políticas públicas para um garantidor de lucros que alimentam o capital financeiro mundial. Ao mesmo tempo, apesar dos compromissos negociados, o Grupo dos 20 é um espaço ilegítimo, não tem institucionalidade e vive das crises, e isso afeta principalmente os países mais vulneráveis que sequer participam das deliberações.”

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